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Um feito quase inacreditável foi realizado pela NASA. Engenheiros conseguiram reativar os propulsores principais da sonda Voyager 1, que estavam desligados há 21 anos.
A façanha se torna ainda mais impressionante considerando que a espaçonave está a quase 25 bilhões de km da Terra, já fora do Sistema Solar.
Lançada em 5 de setembro de 1977, a Voyager 1 foi enviada ao espaço para estudar os planetas gigantes Júpiter e Saturno.
A missão foi concluída com sucesso, mas a nave continuou viajando. Hoje, ela e sua irmã gêmea, Voyager 2, lançada alguns dias antes, são os objetos mais distantes já construídos pelo ser humano – e seguem em direção ao espaço interestelar.
A espaçonave Voyager 1 é o objeto feito pelo homem que está mais distante da Terra.
Crédito: Jesper G – Shutterstock
Com mais de 45 anos de atividade, muitos dos sistemas da espaçonave foram desligados.
As câmeras, por exemplo, não são mais usadas desde que registraram a famosa imagem do “pálido ponto azul” (Pale Blue Dot), mostrando a Terra de longe. Outros componentes simplesmente pararam de funcionar com o tempo.
Apesar disso, os propulsores continuam sendo essenciais. Eles fazem pequenos ajustes de rotação para manter a antena sempre apontada para a Terra.
Em 2004, os propulsores principais deixaram de funcionar por falha nos aquecedores internos.
Na época, a equipe considerou o problema irreversível e passou a usar os propulsores de reserva.
Esses propulsores alternativos funcionaram por quase duas décadas, mas agora também estão começando a apresentar sinais de desgaste.
Diante do risco de perder o controle da orientação da nave, os engenheiros decidiram tentar reativar os propulsores principais, em uma manobra complexa e cheia de incertezas.
A sonda Voyager 1 ainda mantém comunicação com a Terra, mesmo a 25 bilhões de quilômetros de distância, graças à Deep Space Network, da NASA. Créditos: NASA, ESA, and G. Bacon (STScI)
Comunicação entre a NASA e a sonda Voyager 1 será interrompida por nove meses
De acordo com um comunicado do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA.
A decisão foi motivada, em parte, pela pausa nas comunicações prevista para começar este mês e ir até fevereiro de 2026.
Durante esse período, a única antena terrestre capaz de se comunicar com a Voyager 1 – a Deep Space Station 43, na Austrália – passará por atualizações. A equipe precisava garantir que tudo estivesse funcionando antes disso.
O plano era arriscado. Se os propulsores fossem ativados sem aquecimento prévio, gases congelados poderiam causar uma explosão.
Para evitar isso, os engenheiros ajustaram com precisão o rastreador de estrelas da nave, responsável por manter sua posição correta no espaço.
Depois de enviar os comandos, que levaram mais de 23 horas para chegar até a Voyager 1, os aquecedores e os propulsores voltaram a funcionar.
O sucesso surpreendeu até os veteranos da missão. Para a equipe, foi como trazer de volta algo que já parecia perdido.
“Foi mais um milagre da Voyager”, resumiu o engenheiro Todd Barber, gerente de propulsão da missão Voyager no JPL.
Redação CNPL sobre artigo de Flavia Correia / Olhar Digital
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